Wendy Torrance – Heroínas sem feminismo
O Iluminado (The Shining 1980)
Dirigido por Stanley Kubrick
Escrito por Stanley Kubrick, Diane Johnson e baseado no livro de Stephen King
Embora a sinopse comum cite apenas o personagem de Jack Torrance e seu filho Danny sozinhos no Hotel Overlock, a verdade é que devemos prestar atenção a personagem de Wendy Torrance, vivida pela atriz Shelley Duvall.
Wendy Torrance merece mais amor de nossa parte. Já que ela aceitou se mudar com o marido e o filho para cuidarem de um hotel sem saber exatamente o histórico do lugar e o fato de que o antigo cuidador misteriosamente assassinou toda a sua família nas dependências do Hotel Overlook. Existindo todo um clima de tensão e suspense que são atenuados pelo fato de que ela aos poucos percebe que algo errado está acontecendo com seu filho pequeno e com seu marido interpretado por Jack Nicholson.
Um clássico absoluto... ...do terror!
O filme em si vai agindo lentamente como um bom suspense deve ser.
Antes de mais nada é um filme interessante sobre uma família que se muda para cuidar do hotel e aos poucos se depara com o mistério do lugar. Jack Torrance está fazendo de tudo por uma nova chance na vida de escrever seu livro e se tratar do mal do alcoolismo. Danny está crescendo e tem uma imaginação muito fértil na visão de sua mãe.
Todas essas histórias vão se complementando no decorrer do mistério do hotel Overlook.
Será que o hotel tem fantasmas?
O psicopata na frente das câmeras
Seu nome é Jack Nicholson. É um dos maiores atores de todos os tempos!
No filme, podemos acompanhar o ator transformar lentamente o personagem de Jack Torrance de um pai e marido amoroso em um psicopata afetado pelo isolamento e pelo mistério do Hotel Overlook.
É completamente impressionante como toda a transformação de Jack Torrance se baseia apenas na interpretação de Jack Nicholson em tela.
Aqui vai também a recomendação do livro. No livro, Jack Torrance é claramente um homem simpático que ama a sua família e tem um final extremamente emotivo com seu filho. Stephen King amou tanto a sua obra que até mesmo escreveu um livro continuando sua história. O ótimo filme Doutor Sono de 2019.
O psicopata atrás das câmeras
Wendy Torrance foi vivida pela atriz Shelley Duvall e teve contado real com um psicopata durante as gravações de O Iluminado. No caso, o diretor Stanley Kubrick!
Stanley Kubrick sempre foi conhecido como metódico na criação de seus filmes e mais de uma vez fez questão de colocar atores, dubles e membros da equipe em perigo mortal. No filme clássico Spartacus, podemos ver dubles em cenas onde realmente se machucaram. Em outro filme, Stanley Kubrick foi acusado de tentativa de assassinato de toda sua equipe de filmagem para conseguir um efeito de neblina em uma cena de guerra produzida com um avião de pulverizar veneno!
Para Shelley Duvall, o diretor queria a atriz em estado emocional tão abalado que ordenou que a equipe a tratasse mal. Em diversas ocasiões chegou a berrar com a atriz e por fim, em uma cena, fez a atriz repetir a cena mais de 130 vezes até a atriz ter um colapso nervoso de gritos, choros e até perder cabelos. Uma experiência traumatizante!
O trabalho do diretor lhe rendeu uma indicação ao premio Razzie, a Framboesa de Ouro de pior diretor para Stanley Kubrick e outro para a pobre Shelley Duvall! Ninguém sabia do trauma que a atriz passou.
O Iluminado
Existe a curiosidade de que o ator Danny Lloyd nunca soube que estava em um filme de terror até muitos anos depois.
Evitar dizer para o jovem ator sobre o que se tratava o filme é uma das coisas mais gentis que o diretor Stanley Kubrick já fez. Igualmente as doce gêmeas Lisa e Louise Burns.
No filme, Danny Torrance é o iluminado. Um menino com habilidades sobrenaturais.
E desde o começo do filme o pequeno menino descobre que o Hotel Overlook tem algo de errado.
Embora ele tenha feito amizade com o senhor Hallorann que também tem poderes, isso ajuda Danny a entender que não está sozinho e que pode desenvolver seus poderes com o tempo.
Uma heroína para as meninas
Ao final do filme, a personagem Wendy Torrance vai descobrindo que o Hotel Overlook é assombrado! Os fantasmas vão se manifestando ao redor da personagem enquanto ela descobre que seu marido já está possuído por um desejo assassino! Jack Nicholson em estado puro de psicopatia assustadora!
O que torna a personagem de Wendy Torrance uma grande heroína do cinema não é um falso empoderamento movido por agenda de feminismo. Em nenhum momento a personagem começa a matar franceses ou a lutar contra um predador do espaço! A personagem nunca deixa de ser frágil. Mas a sua força e motivação contra o próprio marido e contra os fantasmas é salvar o seu filho e a si mesma!
O fato de ela ser frágil e estar assustada reflete diretamente na sua coragem de agir para salvar seu filho. E o sentido de coragem é exatamente este, ela está tão apavorada que não consegue parar de chorar, mas mesmo assim ela tem a coragem de fazer absolutamente tudo para salvar a si mesma e a seu filho! O final é completamente assustador e em todo momento torcemos para que ela e seu filho fiquem bem!
E para as meninas que gostam da personagem, vale lembrar que o próprio Stephen King odiou o filme de Kubrick e o tratamento que houve para atriz e personagem. No livro, a personagem é muito melhor escrita!
Mas e a lacração?
Agendas politicas já existiam em 1980. Agendas politicas socialistas são antinaturais para desenvolver boas histórias e toda a história de clássicos do cinema e literatura são prova disso!
Se a personagem de Wendy Torrance fosse uma feminista em uma situação de terror como a vivida no filme, provavelmente teria sido brutalmente assassinada. Ou em pior caso, teria abandonado Danny com os fantasmas e com o pai em estado de fúria assassina!
Mas as ações de Wendy Torrance vão contra tudo o que o feminismo prega. Feministas pregam aborto, doutrinação socialista, ideologia de gênero e outras besteiras que nunca são pelo bem das crianças. E a personagem de Wendy Torrance arrisca a própria vida por seu filho!
Altamente recomendável
Stanley Kubrick merecia uma voadora na cara para cada vez que foi um psicopata. Isso inclui as 130 vezes que abusou de Shelley Duvall para fazer esse filme.
Por Marcio Strzalkowski
Força e Honra!
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